sábado, 30 de abril de 2011

Quando se gosta de alguém


"Esta coisa de gostar de alguém não é para todos e, por vezes – em mais casos do que se possa imaginar – existem pessoas que pura e simplesmente não conseguem gostar de ninguém. Esperem lá, não é que não queiram – querem! – mas quando gostam – e podem gostar muito – há sempre qualquer coisa que os impede. Ou porque a estrada está cortada para obras de pavimentação. Ou porque sofremos de diabetes e não podemos abusar dos açucares. Ou porque sim e não falamos mais nisto. Há muita gente que não pode comer crustáceos, verdade? E porquê? Não faço ideia, mas o médico diz que não podemos porque nascemos assim e nós, resignados, ao aproximar-se o empregado de mesa com meio quilo de gambas que faz favor, vamos dizendo: “Nem pensar, leve isso daqui que me irrita a pele”.

Ora, por vezes, o simples facto de gostarmos de alguém pode provocar-nos uma alergia semelhante. E nós, sabendo-o, mandamos para trás quando estávamos mortinhos por ir em frente. Não vamos.. E muitas das vezes, sabendo deste nosso problema, escolhemos para nós aquilo que sabemos que, invariavelmente, iremos recusar. Daí existirem aquelas pessoas que insistem em afirmar que só se apaixonam pelas pessoas erradas. Mentira. Pensar dessa forma é que é errado, porque o certo é perceber que se nós escolhemos aquela pessoa foi porque já sabíamos que não íamos a lado nenhum e que – aqui entre nós – é até um alívio não dar em nada porque ia ser uma chatice e estava-se mesmo a ver que ia dar nisto. E deu. Do mesmo modo que no final de 10 anos de relacionamento, ou cinco, ou três, há o hábito generalizado de dizermos que aquela pessoa com quem nós nos casámos já não é a mesma pessoa, quando por mais que nos custe, é igualzinha. O que mudou – e o professor Júlio Machado Vaz que se cuide – foram as expectativas que nós criamos em relação a ela. Impressionados?
Pois bem, se me permitem, vou arregaçar as mangas. O que é díficil – dizem – é saber quando gostam de nós. E, quando afirmam isto, bebo logo dois dry martinis para a tosse. Saber quando gostam de nós? Mas com mil raios, isso é o mais fácil porque quando se gosta de alguém não há desculpas nem “ ai que amanhã não dá porque tenho muito trabalho”, nem “ ai que hoje era bom mas tenho outra coisa combinada” nem “ ai que não vi a tua chamada não atendida”.
Quando se gosta de alguém – mas a sério, que é disto que falamos – não há nada mais importante do que essa outra pessoa. E sendo assim, não há sms que não se receba porque possivelmente não vimos, porque se calhar estava a passar num sítio sem rede, porque a minha amiga não me deu o recado, porque não percebi que querias estar comigo, porque recebi as flores mas pensava não serem para mim, porque não estava em casa quando tocaste.

Quando se gosta de alguém temos sempre rede, nunca falha a bateria, nunca nada nos impede de nos vermos e nem de nos encontrarmos no meio de uma multidão de gente. Quando se gosta de alguém não respondemos a uma mensagem só no final do dia, não temos acidentes de carro, nem nunca os nossos pais se sentiram mal a ponto de nos impossibilitarem o nosso encontro. Quando se gosta de alguém, ouvimos sempre o telefone, a campaínha da porta, lemos sempre a mensagem que nos deixaram no vidro embaciado do carro desse Inverno rigoroso. Quando se gosta de alguém – e estou a escrever para os que gostam – vamos para o local do acidente com a carta amigável, vamos ter com ela ao corredor do hospital ver como estão os pais, chamamos os bombeiros para abrirem a porta, mas nada, nada nos impede de estar juntos, porque nada nem ninguém é mais importante, do que nós."
Fernando Alvim
(Esse texto não foi escrito por mim como podem ver, mas é tão realista é incrível que decidi postar.)

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Eu já...


Chorei por quem não merecia minhas lágrimas, não sorri pra quem merecia meu sorriso, talvez esse tenha sido o meu erro. Já deixei oportunidades únicas passarem, já chamei de amigo uma pessoa qualquer e já deixei de dizer coisas bonitas pra quem sempre esteve ao meu lado. Já fui injusta com quem merecia justiça, já gostei de quem não merecia e menosprezei alguém digno de mim... Já fiz coisas que me fizeram arrepender, mas que me fizeram ser mais eu. Já sofri por não ouvir um conselho, já fui egoísta e orgulhosa a ponto de não pedir desculpas a quem tinha toda a razão. Já mexi com quem estava quieto, já fiz promessas e não as cumpri, já dei a minha palavra e não a honrei. Já conheci pessoas maravilhosas, já tive dias de sol intenso, mas, já abri a boca para reclamar quando começou a choviscar. Já fui exagerada, já fui ignorante, precipitada, inquieta, momentânea. Mas independe do que eu já fiz ou vou fazer, sei que no final vai valer a pena. Por que se já não fizemos, quem terá histórias pra contar sobre nós?

domingo, 24 de abril de 2011

Quando o amor acontece...


Por que as pessoas tem medo de se entregar? De amar, de se doar? Talvez não tenham encontrado motivos para isso. As pessoas planejam um futuro e criam expectativas, sem saber que quando o amor acontece os planos mudam. Quando algumas pessoas tentam encontrar respostas para se refugiar e as mais lógicas que dão são: Não é o momento certo. Não precisa ser agora. Amanhã veremos isso... Entendo que essas pessoas ainda não encontraram motivos para amar, por isso criam álibis em suas cabeças. Quando o amor acontece, não há distância, ou obstáculo que seja superior ao que sentem. Quando o coração de duas pessoas se encontra nasce uma flor que nunca morre... E quando isto acontece é fácil de reconhecer, pois até a forma como essas pessoas se olham é diferente. Cheguei a conclusão de que só não ama quem tem medo de amar, por não ter encontrado quem o fizesse olhar com outros olhos, e fizesse florescer dentro de si um ramo vivo. 

terça-feira, 19 de abril de 2011

A diferença entre nós.

Por que as pessoas são tão diferentes? Quem sabe se fossem iguais dariam certo. Aí que está o engano, se as pessoas se completam é por serem opostas.
Como seria estar com alguém que tem os mesmos pensamentos que você? Esta pessoa não saberia te surpreender. E se alguém te olhasse da mesma forma que você, tivesse os mesmos sentimentos teus, que graça teria? Felizes somos por sermos tão diferentes e nem todos sabem disso, por isso não somos todos iguais. 

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Vivendo vou aprendendo um pouco mais.

Hoje a tarde estava com vontade de chorar, por pensar em toda a circunstância. Relembrando cada segundo, cada ato que ficou marcado em minha memória e eternizado em meu coração. Doeu por um momento, pensei em toda a dor que os espinhos me causaram mas percebi então que sem ele não saberia diferenciar uma rosa sem espinho. Embora tenha caído, eu aprendi, por isso valeu a pena. Então posso dizer que valeu a pena, pois não importa se durou apenas um segundo ou um ano se foi intenso teve sua recompensa. Aprendi que o destino trabalha a seu favor, basta torná-lo um aliado seu. Que minhas escolhas me tornam quem eu sou, que não importa quantas vezes eu caí, quando me levanto me torno um pouco mais forte e menos podem me derrubar. Percebi que a vida é uma oportunidade única, são momentos irreparáveis e inapagáveis, a história está sendo escrita a caneta constantemente. Aprendi que a vida não é feita por um cenário de amor, muito pelo contrário, encontro tanto desamor e vejo que ainda assim o amor que existe é grande o suficiente para encobri-lo. Que aprendemos muito mais sofrendo, sem tranquilidade do que quando estamos felizes e cheios de paz, pois isso gera uma comodidade dentro de nós nos levando a acreditar que não precisamos de aprender mais nada. Aprendi que nada como um dia após o outro para aprendermos ainda mais o desconhecido, coisas que nunca imaginamos encontrar pela frente. O bom da vida são as surpresas, é o encontro, o desencontro, o amor e a falta do mesmo. É viver um dia de cada vez sem pressa nem medo de degustar cada pedacinho precioso do dia. É a unânime oportunidade de se deixar levar e não levar a vida nas costas, pois a medida que caminhamos ela vai se tornando pesada a ponto de não conseguirmos carregar. É você se surpreender com atitudes altruístas, é não ter medo de escolhas, pois a vida é feita delas, é você aproveitar o dia, pois de ontem temos a memória e do amanhã, apenas fé. É viver inteiramente, criar a sua identidade sem intervenções, e se for preciso se renovar a cada belo amanhecer. É você não se importar com opiniões inúteis, é você se superar. E hoje de tarde enquanto esperava lágrimas rolarem, percebi que tenho muito mais motivos para sorrir que para chorar, pois aprendi muito vivendo e vivendo vou aprender um pouco mais.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Seja você, sem se importar...

A verdade é que para as pessoas nada está bom o suficiente, sempre encontraram um defeito. Por isso não se esforce para causar boa impressão, a imagem que têm de você é problemas deles, mas o seu verdadeiro reflexo é problema seu. Então, seja quem você quiser sem medo de errar, apenas, viva pra ser feliz e sem se importar com o que pensam, por que não sabem nem metade do que acontece com você e se sabe ninguém se importa.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Vida de momentos.

As vezes falamos coisas do tipo: "Você é o meu mundo..", "Sem você não consigo viver..", "Te amo eternamente...", sem pensar em realmente o que essas palavras significam. O valor e o peso delas são grandes, mas muitas vezes desprezado pela grande usualidade que têm. Nós sabemos que ninguém é o mundo de ninguém, ninguém morre se não tiver alguém por perto e que ninguém ama eternamente da noite pro dia, aliás demora muito tempo pra isso acontecer, fato. Hipocrisia ou falsidade? Sim ou não. Ás vezes erramos por conjugar um simples momento ou um simples sentimento como um todo. Não podemos culpar quem vive dizendo que não vive sem alguém... Pois realmente naquele momento é uma realidade, mesmo que aquele sentimento passe, existiu. Naquele momento essa pessoa não "quis" viver sem você, da forma dela. Não podemos julgar quem diz não viver sem alguém, pois talvez naquele momento a pessoa se sente tão fragilizada que precisa do outro, naquele instante. Então pude concluir que somos momentâneos. Não pensamos pra dizer, dizemos o que sentimos... Fazemos promessas para uma eternidade, quando temos apenas o tempo de hoje. Por isso, quando alguém te disser: "Eu te amo", não ache totalmente fútil, pois pode ser que naquele momento aquela pessoa te amasse mesmo.