Uma quase hora certa.

Quase viajei. Minha quase hora de fazer amizade chegou. Minha quase hora de acordar. Até quando quase? Quase fui tua amiga. Quase amei teu irmão. Quase conheci uma pessoa maravilhosa. Chegou a hora de deixar a quase hora certa de lado. Deixar o quase de vez. Não posso quase trabalhar, nem quase acordar. Se amo, amo por inteiro, se não gosto, é um inteiro desgosto. Não temos espaço para um: quase, na vida. Ou você se dá por inteira, se entrega a oportunidades, ou não haverá chances suficientes pra você. Não deveria caber: ou não no meu vocabulário, nem talvez, ou quem sabe. Sim ou não deveriam ser as respostas. Preto ou branco deveriam ser as cores. Diferente ou normal deveriam definir. Não há nada - quase - bonito ou - quase - feio. A vida não nos permite "quases", nem porquês. Nem sempre devemos questionar. Ás vezes um porquê além de inconveniente é desnecessário. Não precisamos de saber, simplesmente devemos seguir e depois se a vida nos permitir saberemos. Se meu quase, meu talvez, meu porquê, meu quem sabe ou depende continuar eu quase viverei, talvez continuarei, porque quem sabe estarei aqui pra dizer que a peça que me faltava no quebra cabeça era me entregar.